Quantas vezes precisaremos ver uma mãe com o choro preso na garganta? Quantas vezes nosso preconceito irá destruir os sonhos de nossas crianças?
Hoje você irá conhecer o Arthur, apresentado pela mamãe Alzenira.
"Esse preconceito dói na alma da gente. Quando eu descobri que ele tinha autismo, a gente quer proteger, aí fica naquele luto, querendo se isolar por medo do mundo lá fora, mas depois quando vi ele se desenvolvendo, fiquei mais leve, vendo cores que não via antes, o mundo fica com mais leveza e sem peso.
As pessoas julgam muito, muitas vezes olham e falam: - nossa, mas ele não parece. Infelizmente o autismo não está estampado na cara, é invisível, só percebemos quando a criança está em crise. Ainda assim muitos falam que é birra ou falta de umas palmadas, acontecia principalmente quando ele era menor e mais agitado. Nossa vontade era não sair de casa, mas a psicóloga falou: - você vai sair sim, se ele tiver crise, você tenta acalmar e não olha para quem estiver à sua volta.
As pessoas olham com cara feia e nós ficamos acuados e envergonhados, sem conseguir controlar a criança, comigo foi assim, no início foi muito sofrido.
Por causa do preconceito, nos sentimos ainda dentro de uma bolha. Por isso precisamos ter muitas mudanças, principalmente em lugares coletivos, pois os lugares foram feitos para todos e não precisamos nos restringir de levar a criança por ela ser diferente.
As pessoas quando descobrem que a criança tem alguma deficiência, olham para nós com uma cara de piedade que parece a família e as crianças temos uma doença feia. Quando o julgamento vem da família, dói muito mais. Mas hoje eu enfrento.
Quando nós aceitamos, fica tudo melhor e mais leve.
No futuro, quero que ele escolha o que quiser ser, muitas vezes ele fala que quer ser dentista, às vezes cozinheiro e eu falo: - Filho, você será o que quiser, nós estamos trabalhando para isso." Alzenira, mãe do Arthur.
Quando uma mãe chora, por causa do preconceito que seu filho vive ou pela sensação de exclusão, é porque a sociedade falhou em seu propósito. A mudança é necessária.
Não esqueça de clicar no coração que aparece nas fotos para curtir.
Ensaio infantil realizado durante uma sessão de terapia ocupacional na Clínica Speranza, em Diadema. O ensaio foi realizado para o projeto Populus Lucis, que atende crianças atípicas.
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